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A pedido de várias famílias, de diferentes tipologias e orientações (algumas em fase de transição), deixo hoje algumas imagens da campanha de underwear 2009-2010 da Emporio Armani. O genético casal Beckham é a prova viva do aperfeiçoamento da espécie humana e justificam o permanente empate técnico nas sondagens Beckham versus Beckham. É a coligação ADN.
Decorreu hoje o Forum Internacional da APCE e da Global Alliance. Um dia em cheio de reflexão e debate sobre o sector e a profissão de relações públicas. Muito food for thought, quase uma indigestão.
Mas tenho de confessar que, against all odds, a palestra mais surpreendente e uma das mais brilhantes foi a de Nuno Morais Sarmento, apresentado ali como "lawyer and former minister". Surpreendente, antes de mais, por ter sido capaz de evitar referências oportunísticas ao momento político-campal que se vive em Portugal. Surpreendente também pela sua análise do contexto social e político na era das redes sociais.
Assumindo-se como um "comunicador não preparado", o advogado-ex-ministro deixou várias ideias, transversais aos países e às ideologias, que deverão estar presentes na estratégia política e na estratégia das organizações em geral. Partilho algumas das ideias que consegui registar:
- As gerações mais velhas olham para as novas ferramentas como um modelo de comunicação. As gerações mais novas vêem estas ferramentas como uma plataforma de relacionamento, intervenção e organização.
- Comunicação global e instantânea igual a capacidade de intervenção global e instantânea
- Os movimentos gerados nas redes sociais serão disruptivos numa primeira fase e identitários numa segunda fase (referindo-se aos "acampamentos" espanhóis, MS explicou que este são uma manifestação de capacidade colectiva, mas que ainda não sabe onde aplicar essa capacidade)
- Os movimentos na internet ligam pessoas, pontos individuais, ainda que englobados num movimento.
- Por mero acaso tecnológico, destruímos barreiras geográficas, de crenças, de raças. Os temas deixaram de ser territoriais e passaram a ser globais.
Citou depois um dos seus autores preferidos (meu também), o escritor espanhol Perez-Reverte, que invoca duas razões essenciais para o desencontro das pessoas com a sociedade:
- com a nossa incapacidade de viver como animal racional (já somos só "racionais"), perdemos o relacionamento com os sentidos
- de todos os seres gregários, o ser humano é o único que, mesmo em comunidade, precisa de manter a sua identidade e a sua individualidade.
E os media sociais, blogs e redes sociais, são a plataforma ideal para a manutenção dessa identidade numa sociedade ainda gregária. Morais Sarmento tira destas reflexões ensinamentos para a estratégia política. "Qual a razão para um jovem hoje optar por um modelo partidário piramidal (e cheio de filtros) quando, com um clique [no facebook] pode partilhar a sua opinião de forma directa e integral?"
Se este político reflectiu sobre as novas expectativas da sociedade e a sua capacidade crescente de intervir e interagir em redes contextuais numa perspectiva essencialmente partidária, é certo que estas reflexões se aplicam à análise do contexto das organizações, uma das competências essenciais de um profissional de relações públicas.
Agora que está na moda universidades e conferências convidarem políticos para "aulas" de experiência política, Morais Sarmento parece ser uma boa escolha. Melhor que para debates televisivos, digo eu, que o estou a ver agora na Sic Notícias.
A propósito deste post da Maria João Nogueira, que fala de automatismos na generalidade, mas que eu ligo a recentes ferramentas de análise nas redes sociais, ocorre-me que uma profissão de futuro é a de "Analistas de Automatismos".
Aquando do lançamento do CloudMetrics, um produto inovador em Portugal de monitorização da internet, uma das questões pertinentes que foi levantada por uma das jornalistas presentes, foi a de como é que a ferramenta consegue distinguir menções positivas, neutras ou negativas a uma determinada marca (pessoa ou organização)?
De facto, é impossível existir um algoritmo que consiga interpretar todas as expressões, incluindo ironias, pontos de interrogação, expressões idiomáticas e outras idiossincracias de uma língua tão nuancée como o português. Também há que saber hierarquizar a influência das fontes (o caso da Maria João Nogueira com a Ensitel foi caso paradigmático de ignorância quanto à influência da blogger).
Por isso a leitura final, a interpretação e a hierarquização, cabe sempre, no caso da Cloudmetrics, a analistas (de carne e osso).
A tecnologia é uma preciosa ajuda, mas é um meio, não um fim. Analistas de Automatismos, eis aqui uma Nova Oportunidade profissional (e não é para ignorantes, nem analistas-à-voil-d'oiseau).
E eis que o tiro de partida da campanha do PS começa com um tiro no pé. De uma peça de 3 minutos sobre o comício de Évora, cerca de metade são dedicados a identificar a origem dos apoiantes. Não sei quantos seriam, em proporção do total (podiam ser só a dúzia que a televisão mostrou), mas o foco da atenção foi em figurantes de origem africana, trazidos de autocarro, de terras longínquas como Corroios ou Rio de Mouro. Um dos entrevistados deu mesmo a entender que tinha sido contactado pela embaixada de Moçambique (?). Li também que haveria "paquistaneses" que não falam uma palavra de português. Curiosidades a que não faltou a menção ao lanche oferecido a uma criança por "um senhor que estava ali".
Esta montagem cénica - insinuando as dificuldades em encher com eborenses a Praça do Giraldo - presta-se, de borla, ao seu aproveitamento, não apenas jornalístico (tem interesse jornalístico) mas aos opositores do PS e aos críticos da "plasticidade" da comunicação da "máquina de Sócrates".
Recordo que o Partido Socialista se prestou ao mesmo tipo de enxovalho quando vieram, ridicula e desnecessariamente, camionetes de alentejanos para a noite das eleições autárquicas vencidas por António Costa.
Estes expedientes sovietizados, eximiamente utilizados pela CGTP, têm criado sistematicamente efeitos mediáticos negativos para os partidos. O "efeito de sala cheia" é aniquilado com o spin da encenação. Mas parece que a lição ainda não está suficientemente aprendida.
Em simultâneo, os comentários jocosos que se vão lendo nas caixas de comentários e no twitter - dos "africanistas de Massamá" aos "pakis" e "kéfrô" do Martim Moniz em Évora, vão imprimindo a esta campanha uma novidade: o racismo e a xenofobia como armas (subtis) de arremesso político. Um dos muitos indícios do declínio de uma sociedade que já foi bem mais cosmopolita e universalista. Mas isso seria matéria para outro post, que não me apetece escrever.
Adenda: descobri entretanto a "estória" dos "paquistaneses do Martim Moniz"
É hoje lançado o livro de João Pinto e Castro, senhor (Doutor) que acumula saber com inteligência. Marketing Ombro a Ombro, que tive o privilégio de conhecer durante a sua fase final de gestação, tem a enorme vantagem de analisar as actuais tendências do marketing numa perspectiva de profundos conhecimentos de gestão.
Uma magnífica combinação de teoria e prática, que procura explicar não apenas a forma mas também o conteúdo do novo marketing, que opera agora numa poderosa rede de consumidores que são, cada vez mais, os donos das marcas.
A não perder.
(Excelente cover da música interpretada hoje por Paulo Portas no final do debate da SIC) Bom fim de semana.
Tropeçando por acaso, numa navegação à vista na internet, neste saudável espécime, voltei a acreditar na humanidade. Não quis deixar de partilhar esta epifania com os fiéis seguidores do Casual Friday.
Para quem queira aprofundar a investigação, trata-se de Rodrigão, um dos participantes do Big Brother Brasil 11 (sim, vai na 11ª edição), mais uma boa colheita.
Dinheiro Vivo é a nova marca de informação económica da Controlinveste. Um jornal digital de economia e negócios, suplemento semanal impresso no DN e JN e um programa na TSF. Por uma equipa liderada por André Macedo, ex-director executivo do i, jornal onde foi buscar sete jornalistas para o novo projecto. A partir de 16 de Junho, mais um canal para este cada vez mais importante segmento de informação e análise.
Fica aqui o video promocional.
Acabou de ser revelado na sua página do Facebook o logotipo da presidência polaca da União Europeia, a vigorar durante o segundo semestre deste ano. O autor é Jerzy Janiszewski, que também concebeu o logotipo do lendário "Solidariedade". A marca está lá. O espírito, é muito pouco provável.
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