Já não era sem tempo Portugal ter a sua própria semana de trabalho e deixar de seguir as semanas de países ricos.
O desvario começou com a semana inglesa, terrível conquista de 1961, que libertou os funcionários públicos do trabalho ao sábado à tarde. Como não se reduziu o tempo de trabalho semanal, passaram a trabalhar mais meia hora por dia, de segunda a sexta, para compensar a tarde livre de sábado.
Depois veio a imperialista semana americana, dando origem ao que hoje comumente entendemos como fim-de-semana. O horário de trabalho foi sobrecarregado em mais um quarto de hora por dia, de segunda a sexta, para compensar a manhã livre de sábado.
Cinquenta anos depois chegamos, finalmente, à semana tuga. É um bom upgrade da semana americana, já que leva com mais duas horas e meia de trabalho semanal, com a vantagem de não ter de compensar nada. Ainda assim tenho para mim que um país, para ser exemplarmente pobre, devia trabalhar também aos domingos.