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Em declarações à RTP, sobre o "Caso Cardinal" Godinho Lopes afirma, ao longo de 1:37 e em oito frases:
- "O Sporting não está ligado a nada"
- "O Paulo é uma pessoa que me parece de total confiança"
- "Estou completamente convencido que isto não vai beliscar o Sporting"
- "... que não se misturasse o nome do Sporting neste processo"
- "O Sporting não foi acusado de nada"
- "O Sporting não está envolvido em nada"
- "O Sporting não tem rigorosamente nada a ver com esse tema".
Em media training, esta "técnica" chama-se matracagem e diz que produz resultados espectaculares. Not.
A ERC deliberou sobre uma queixa apresentada por leitores da revista Notícias TV (suplemento comum do DN e do JN) que publicou pelo último natal uma entrevista a uma mascote chamada Popota. Dizem os queixosos tratar-se de publicidade encapotada a uma marca de distribuição e a ERC acaba por lhes dar razão.
Mas vale a pena ler a deliberação, partilhada aqui pela Maria João Pires. Tem muito "food for thought" sobre a evolução dos critérios que definem o interesse noticioso ou jornalístico, ficando bem patente que esses critérios estão em acelerada evolução.
Tentando fugir a uma análise apreciativa ou moral - até porque a entrevista pareceu servir os interesses quer da agência quer dos meios que a publicaram - apenas registo que o infotainment veio para ficar. E que cada vez é mais difícil definir interesse público, quando os actores da comunicação e dos media valem pelo seu impacto e popularidade junto do público.
Vale também a pena notar que os personagens de ficção não se resumem a figuras de animação. Quando assistimos todos os domingos a um talkshow como o de Marcelo Rebelo de Sousa, inserido num telejornal, onde se misturam livros, cantores, análise política, futebol e familiares do entertainer, como classificar esse momento televisivo? Não será Marcelo também um personagem de ficção?
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