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Já aqui tinha referido o texto de Fernanda Câncio, a propósito de outra revelação de conversas privadas. Uma das reacções relatadas pelo Diário de Notícias que também muito me incomodou foi a de Ana Gomes. A resposta com uma gargalhada parece, numa primeira leitura, uma reacção normal, humana, até funciona cono uma desvalorização do miserável deboche jornalístico-coscuvilheiro. Numa segunda leitura, pareceu-me preocupante não ter condenado a publicação de conversas privadas. Numa terceira leitura, depois de ler Ana Gomes a justificar a dita gargalhada, um enorme nó na garganta. A devassa alheia só é condenável quando não nos atinge o ego ou quando não nos ajuda a vingar ódios pessoais.
Ana Gomes não responde à única questão que interessa: qual é a sua opinião quanto ao princípio da publicação de escutas privadas e irrelevantes para um processo judicial, devida ou indevidamente obtidas no âmbito de uma investigação?
Ana Gomes é uma política profissional, pelo menos só lhe conheço essa carreira. Qualquer político profissional, de matriz democrática e defensor de um estado de direito, só tinha uma resposta possível ao DN: "Não espera certamente de mim que vá comentar uma conversa ilegalmente publicada?". Só, só isto. É esta a mensagem que esperamos dos nossos representantes, caro Valupi.
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