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A propósito deste oportuno post de Martins Lampreia, que nos explica a recente "crise do açúcar", a memória deu um salto até ao Concurso de Beleza de Keynes.*
O teorema de Thomas é de 1928, o conceito de Keynes é de 1936, mas continuam a explicar o estranho andamento do mundo porque, na sua essência, a psicologia e o comportamento humano são estáveis há milhares de anos.
Por mais que os modelos teóricos procurem fazer da economia uma ciência exacta, as crenças, percepções e atitudes irracionais dos agentes económicos estão sempre a pregar partidas ao que o comum dos mortais chamaria de bom senso e ao que os economistas chamam de mercado eficiente. Não admira pois que a maioria se questione sobre fenómenos aparentemente incompreensíveis como rupturas de mercado, ataques a moedas ou colapsos da bolsa.
Por isso a economia é tão frustrante e as Marketing Communications tão apaixonantes.
*Para além do link para a Wikipédia, um digest para os preguiçosos: Keynes imagina um concurso de beleza lançado por um jornal, que seleccionou algumas mulheres bonitas. Os leitores que votarem concorrem a um prémio. Mas apenas os que votarem na jovem vencedora ganham o prémio. Para ganhar o prémio, os leitores não vão votar com sinceridade na mulher que acham mais bonita, mas vão votar naquela em que provavelmente os outros também vão votar (seguindo os cânones de beleza ou a celebridade da altura). Desnecessário será dizer que a votação será enviezada. Keynes faz um paralelo deste comportamento com o mercado bolsista. Os investidores são supostamente racionais, e portanto deveriam investir em títulos de empresas com bons resultados. Na realidade, compram aquelas que acham que os outros também vão comprar. É assim que Keynes desmonta a teoria do mercado eficiente.
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