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A tentação, sobretudo para quem está longe e segue os acontecimentos pelos social media, é achar que a revolução no Egipto aconteceu graças às redes sociais. Este é um tema em aceso debate, ao mesmo tempo que se fazem comparações com outras revoluções em tempos em que não existia internet, e muito menos Facebook.
A abordagem de Micah L. Sifry , autor do livro "Wikileaks and the age of transparency", parece-me bastante equilibrada pelo que recomendo aqui a sua leitura. Uma coisa é certa:as redes sociais constituem uma arma cada vez mais poderosa contra os regimes autoritários e o que aconteceu no Egipto vai ter um efeito replicador no mundo, árabe mas não só.
A internet em si não chega para fazer uma revolução, mas ajuda. As revoluções raramente são "do povo", mas de uma elite que, depois, a"passa" para o povo. Nesse sentido, a pouca cobertura de internet e de redes sociais no Egipto foi suficiente para os organizadores, um segmento da população educado e com acesso a meios tecnológicos (mais que os "jovens"), as utilizarem de forma eficaz.
E terão também um papel relevante nos períodos pós-revolução.
Revoluções, sempre houve, mas nunca mais serão as mesmas. E José Mário Branco cantaria hoje "O Facebook é uma arma".
(A foto é da CNN).
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