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O anunciado casamento do herdeiro William com a plebeia Kate foi a melhor notícia da semana para a economia britânica. Casas de apostas, têxteis-lar e indústria do merchandise piroso rejubilam. E os felizes consumidores da Big Society também. O PIB de Sua Majestade agradece.
Portugal, azarado, tem um putativo herdeiro demasiado novo para casar (digo eu). Senão, imaginemos o que não seria a efervescência - e até mesmo a recuperação - de muitas empresas nacionais:
- BetClic e bwin - ah, não, estas não são portuguesas
- Canecas e pratos do IKEA - não, também não
- Atoalhados e turcos da Zara Home - esta é praticamente portuguesa, é galega
Na verdade, temos sempre o vinho do porto comemorativo - ah não, isso são os estrangeiros que compram - e as Colecções Philae - estas não sei se são portuguesas, mas acredito que só os portugueses "investem" em colecções que valem zero.
Ora bem, estas ideias ficam para uma próxima oportunidade. Obrigada.
A ideia não é nova, há vida para além do PIB ("para além do défice", na versão lusa).
Depois de Sarkozy se ter interessado em 2008 pelo tema, o relatório Stiglitz/Sen diz-nos que há que medir sistematicamente o bem-estar das pessoas e das sociedades como parte de um sistema de contabilidade alargado.
Agora foi a vez do governo britânico, que decidiu criar o seu próprio índice de felicidade do país.
Se a ideia se alastrar à União Europeia, e os países começarem a ser analisados pela conjugação da economia com o bem-estar, Portugal cairá, redondamente, ainda mais para o fim da tabela.
No país do copo eternamente meio-vazio, só ficamos à frente da Ucrânia e da Bulgária.
Estarão os mercados a olhar também para isto? Não será a altura de incluir o Prozac no Plano Nacional de Medicação obrigatória?
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