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A marca Solis

por Alda Telles, em 20.12.10

 


Brian Solis esteve pela primeira vez em Lisboa como orador no Upload Pro. Reconhecido como um dos mais importantes gurus dos New Media e líder de uma consultora em estratégia de Silicon Valley, Solis é ele próprio uma marca da web social:


 


- Tem um profícuo blog, com posts replicados milhares de vezes no Twitter e no Facebook


- Tem um canal no YouTube, a Brian Solis TV


- Tem apps para iphone e android que permitem descarregar o seu mais recente livro, "Engage"


- Tem uma página no Facebook com mais de 10 mil amigos e um perfil no Twitter com cerca de 75 mil seguidores.


 


Com uma actividade impressionante, entre palestras e consultoria, produz conteúdos novos todas as semanas, entre análises, estudos, entrevistas e filmes. E foi claro no seu posicionamento: os consultores de New Media competem com os consultores de gestão: "I'm competing with McKinsey".


 


A palestra em Lisboa, que tive o privilégio de moderar, foi um "overview" do seu livro, que aborda as regras do Engagement como factor de sucesso na socialização das marcas. Os seus temas chave são a convergência dos media e a influência, tema tão caro às Relações Públicas. Um conceito em permanente evolução à medida que a revolução nos media sociais prossegue. Um autor fundamental.


 


(Foto de João M Nogueira)


 


 


O Brian por trás do Solis


 


Brian Solis, contrariamente às minhas expectativas, não tem tiques de vedeta. Pelo contrário, exibe uma quase modéstia, chegando a confessar a angústia inevitável antes de cada performance pública.


No seu segundo dia em Lisboa, já era admirador do nosso "vino tinto" e comeu sushi alentejano (makis de bacalhau com grelos e sashimi de farinheira, qualquer coisa por aí) como se nunca tivesse comido outra coisa.


Cordato e conversador, é contudo cioso do seu tempo: definiu 20 minutos para o almoço, tinha de ir escrever um post a seguir. Na realidade, deixou-se contagiar pelo espírito luso e acabou por ficar uns bons 45 minutos à mesa.


Ao falarmos dos "amigos" que fazemos por esse mundo fora através das redes sociais, Brian diz que acredita no poder da web social para mudar, a prazo, a política internacional. As pessoas deixam de encarar as outras nações como lugares distantes, antes são lugares onde vivem pessoas com quem conversamos todos os dias. Isto deve ser especialmente relevante para um americano.

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Território não é quintal

por Alda Telles, em 17.11.10

 



 


 


 


 


A convite da enérgica e ambiciosa organizadora do Upload Lisboa, Virgínia Coutinho, escrevi um post para o blog do evento. Deixo desde já a recomendação para não perderem a edição de 2010. E não só pela presença do "guru" do Social Media, Brian Solis. Há muita e boa matéria prima nacional. Espreitem aqui o programa.


 


E este é o post:


 



"Social Media, Território Natural das Relações Públicas?"


 


 


Com o advento, o crescimento e depois a confirmação das redes e dos media sociais (para facilidade designados doravante de social media), as disciplinas da comunicação e do marketing defrontaram-se com o maior desafio dos últimos 50 anos.



Os modelos de negócio tradicionais do marketing, da publicidade e das relações públicas foram abanados. No meio desta convulsão, as agências/consultoras de RP pareciam as mais vulneráveis. Vítima muitas vezes de uma imagem (e de uma prática) de quase exclusividade de relações com os jornalistas, o sector parecia pouco vocacionado e preparado para os novos meios de comunicação.



Se a questão se discute mais recentemente (e pouco) por cá, nos mercados mais maduros como o dos Estados Unidos, o debate já tem uns anos. Na prática, a pergunta angustiante era “Para que servem as RP e a publicidade, se agora são os consumidores que se influenciam uns aos outros”? Surgiram então as empresas e marcas do “Marketing Digital”, com gente nova com competências para criar e usar aplicações capazes de maximizar a presença das marcas nos novos media.



As agências “tradicionais” trataram de criar departamentos ou adquirir estes novos concorrentes. Tudo o que fosse necessário para poder dizer aos clientes “Nós também estamos nos social media”. Na realidade, este é um caminho absolutamente natural. É a oferta a responder à procura.



Ora bem, as RP têm feito o seu trabalho e a corrente dominante, em todos os artigos que leio sobre o tema, é que são elas estão a ganhar o negócio. Mais: estão a conseguir passar a mensagem que os social media são o território natural das RP. Porquê?


 


Em primeiro lugar, porque, para além da táctica, as RP fazem aconselhamento estratégico.
Depois, há  vários outros argumentos:



- São as RP que detêm a “arte” e a capacidade do storytelling, ingrediente indispensável na alimentação dos social media, sejam as redes sociais ou os blogs. Os blogs empresariais  são outro  suporte importante aos conteúdos das redes sociais, e aqui, exige-se aquilo que os gestores de comunicação e relações públicas devem dominar: capacidade de escrita, de argumentação e de explicação.



- Social media não é apenas mais um canal de comunicação, a juntar aos jornais e às televisões. É uma forma de comunicação biunívoca, só que em larga escala e de forma geralmente aberta. Exige reciprocidade, capacidade de “influenciar” o outro na base da credibilidade.



Ora, as “mentes das RP” estão orientadas exactamente para este tipo de interacção. O profissional de RP sabe que relações duradouras e de confiança só se estabelecem e se mantêm se forem merecidas. É o que se procura nos social media. Estes argumentos fazem sentido. Mas para merecer este lugar, as RP tiveram (têm) de mudar, passar algumas etapas, aceitar alguns desafios:



- Dotar-se de competências tecnológicas. Não exactamente programadores, mas conhecer e utilizar as redes sociais, distinguir um grupo de uma fanpage no Facebook, usar hashtags no Twitter. Não aceitar, em nenhum dos seus colaboradoress,  a resistência a aprender como funcionam estes novos canais. Investir em novas competências, pessoas capazes pelo menos de gerir projectos que envolvam parceiros tecnológicos.



-Abandonar a tradicional postura “nós não temos nada a ver com publicidade” e perceber que novas formas de promoção, como os Google Adwords ou os Promoted Tweets podem ser relevantes numa estratégia de comunicação integrada.



-Saber trabalhar com bloggers, o que exige uma adaptação à abordagem geralmente praticada com os jornalistas dos meios tradicionais.



- Aprender a gerir orçamentos tradicionalmente cabimentados para acções de marketing e publicidade. As RP têm estado tradicionalmente arredadas das grandes estratégias de branding das empresas. É a sua hora.



Tudo isto, é verdade, significa um acréscimo de trabalho e de competências para as RP. Assim os profissionais, os clientes e o mercado o reconheçam. E que não tenhamos que responder a perguntas idiotas como “A quanto é que você leva o tweet?”.



 


Também publicado aqui.

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